Estresse em vacas gestantes: impactos na saúde do rebanho

Fazenda Elge

Entenda como o estresse térmico afeta a produtividade do rebanho leiteiro.

O estresse térmico em vacas gestantes reduz a produtividade e compromete a saúde do rebanho.

O impacto do estresse em vacas gestantes

O estresse em vacas gestantes, frequentemente negligenciado, pode ter efeitos devastadores para a produtividade do rebanho leiteiro. Em países com clima tropical, como o Brasil, onde as temperaturas podem ser extremamente elevadas, o manejo inadequado durante a gestação pode resultar em consequências financeiras significativas para os produtores.

Fisiologia e riscos associados ao estresse

Durante a gestação, a vaca leiteira passa por um processo delicado que, em condições normais, dura cerca de 282 dias. No entanto, o estresse térmico pode precipitar o parto, com pesquisas indicando que a temperatura elevada pode encurtar a gravidez em até seis dias. Isso resulta no nascimento de bezerros menos saudáveis, que começam a vida com desvantagens significativas, como peso inferior e menor vitalidade.

Além disso, o estresse térmico compromete o fluxo sanguíneo para o útero, limitando a oxigenação e a nutrição do feto. Estudos mostram que bezerras de mães expostas ao calor intenso pesam, em média, 4,6 kg a menos ao nascer em comparação às que nasceram em condições de conforto térmico. Essa diferença se amplia durante o desaleitamento, onde a disparidade pode alcançar 7,1 kg.

Consequências a longo prazo

Os efeitos do estresse em vacas gestantes não se encerram com o parto. Vacas que sofreram estresse térmico durante a gestação exibem uma queda na produção de leite em lactações subsequentes, produzindo, em média, 3,6 kg a menos por dia. Além disso, bezerras que passaram por estresse ainda no útero tendem a ser menos produtivas, perpetuando a crise de produtividade no rebanho.

Necessidade de mudança de mentalidade

Para mitigar esses impactos, é crucial que os produtores adotem uma abordagem proativa em relação ao manejo de vacas gestantes. Tecnologias como ventiladores, aspersores e alimentação adequada podem ajudar a melhorar o conforto térmico. Além disso, a implementação de cruzamentos estratégicos, como o Girolando, pode introduzir genes de resistência ao calor no rebanho.

Enfrentar o estresse em vacas gestantes é essencial para proteger o patrimônio da fazenda e garantir a longevidade do negócio leiteiro. A atenção ao manejo térmico deve ser tão rigorosa quanto aquela aplicada ao lote de vacas em lactação, pois o bem-estar das matrizes é fundamental para a saúde e a produtividade das futuras gerações de animais.

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