Estudo revela a dinâmica da atmosfera solar e seus impactos
Um novo estudo apresenta o primeiro mapa contínuo da borda do Sol, revelando a dinâmica de sua atmosfera.
Um novo estudo publicado no periódico Astrophysical Journal Letters apresenta o primeiro mapa contínuo em duas dimensões da borda do Sol, uma região que marca o limite onde o vento solar deixa de ser controlado pelo campo magnético e se espalha pelo espaço interplanetário. Essa área se apresenta de maneira dinâmica e irregular, funcionando como a “borda” efetiva da atmosfera solar.
A descoberta da borda solar
Os astrônomos do Centro de Astrofísica | Harvard & Smithsonian (CfA), responsáveis pela pesquisa, combinaram dados inéditos com medições de alta resolução. Os resultados mostram que essa fronteira se torna maior e mais irregular durante as fases de maior atividade solar, refletindo o ciclo solar de aproximadamente 11 anos. Compreender esse limite é crucial para estudar a coroa solar, a camada externa da atmosfera do Sol, que atinge temperaturas extremamente altas, embora seja muito menos densa que a superfície.
Validação com dados da sonda Parker
A validação dos mapas foi realizada com dados coletados pela sonda Parker, da NASA, que realiza as aproximações mais próximas da atmosfera solar já registradas. Ao cruzar a superfície de Alfvén, onde a velocidade do vento solar supera a das ondas magnéticas, o material solar não consegue retornar ao Sol, funcionando como um “ponto sem retorno”. Essa superfície representa um laboratório natural para estudar como a atividade solar influencia todo o Sistema Solar, afetando desde as auroras terrestres até tempestades solares que podem interferir em satélites e redes elétricas.
Implicações para o clima espacial
Os mapas revelam que, conforme a atividade solar aumenta, a superfície de Alfvén assume formas mais complexas e se eleva em altura. Essa confirmação é vital para ajustar os modelos físicos usados na previsão do comportamento do vento solar e do clima espacial, áreas essenciais para proteger tecnologias sensíveis na Terra e no espaço. Além disso, o conhecimento gerado pode ser aplicado ao estudo de outras estrelas, fornecendo uma base para investigar como essas estrelas evoluem e interagem com seus planetas, influenciando a possibilidade de ambientes habitáveis fora do nosso sistema solar.
O futuro da pesquisa solar
O trabalho envolveu uma colaboração ampla, combinando dados de sondas próximas ao Sol com observações feitas remotamente, incluindo a Solar Orbiter e a sonda Wind. Durante o próximo mínimo solar, a equipe planeja continuar suas investigações na coroa, acompanhando a evolução dessa fronteira ao longo de um ciclo solar completo. As descobertas deste estudo abrem portas para um entendimento mais profundo do funcionamento do Sol, a estrela que sustenta a vida na Terra.



