A pressão sobre empresas chinesas aumenta no cenário político dos EUA.
Legisladores dos EUA solicitam que Xiaomi e DeepSeek sejam incluídas em lista de boicote ao Pentágono.
Na última sexta-feira (19), um grupo de nove legisladores dos Estados Unidos enviou uma carta ao Pentágono solicitando que a Xiaomi e a DeepSeek sejam incluídas em uma lista de empresas que supostamente apoiam o exército chinês. Esta iniciativa, conforme relatado pela Reuters, visa alertar sobre os riscos de segurança associados a essas empresas, embora não constitua uma sanção formal.
O contexto do pedido
O objetivo desta lista é integrar as empresas citadas na Seção 1260H, que reúne companhias alegadamente ligadas ao aparato militar da China e que operam no território estadunidense. As preocupações levantadas pelos legisladores surgem em um momento em que a administração de Donald Trump promulgou um orçamento militar de US$ 1 trilhão, enfatizando a necessidade de reduzir a dependência do hardware chinês.
Além de Xiaomi e DeepSeek, a BOE Technology Group também foi mencionada. Essa empresa é conhecida por desenvolver telas e displays utilizados em diversos dispositivos, incluindo os iPhones da Apple, um dos produtos mais lucrativos da indústria tecnológica.
Detalhes do boicote
O pedido para incluir essas empresas na lista de boicote coincide com um projeto de lei que busca fortalecer os fornecedores locais e diminuir a dependência dos EUA em relação aos produtos chineses. A carta foi assinada por políticos de diversos estados, incluindo Michigan, Flórida, Arkansas, Nova Iorque, Virgínia, Dakota do Sul, Illinois e Tennessee.
Dentre os signatários estão nomes como John Moolenaar, Rick Scott e Andrew Garbarino. A inclusão dessas companhias na lista implica que os militares e outros fornecedores dos EUA serão alertados sobre os riscos associados ao uso de dispositivos fabricados por elas em suas operações.
Reações e consequências
A noticia do boicote não é um evento isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para revisar e potencialmente restringir a participação de empresas chinesas no mercado americano. Em resposta, a empresa chinesa Hesai já havia processado os EUA devido a ações semelhantes, ressaltando a tensão crescente entre as duas potências.
A expectativa do governo é que, até 2030, as empresas chinesas que enfrentam esse boicote possam ser removidas da lista de fornecedores oficiais. No entanto, a pressão sobre empresas como Xiaomi e DeepSeek deve aumentar, dado o clima político atual e a crescente desconfiança em relação a tecnologias estrangeiras.
O que é a Xiaomi e a DeepSeek?
A Xiaomi é uma gigante da tecnologia chinesa, conhecida por sua vasta gama de produtos, que vão desde smartphones a dispositivos domésticos inteligentes. Por outro lado, a DeepSeek se destaca no desenvolvimento de modelos de inteligência artificial, incluindo chatbots e ferramentas de análise de dados, refletindo o potencial inovador da indústria de tecnologia chinesa.
O cenário atual representa não apenas um desafio para as empresas mencionadas, mas também um marco na maneira como os EUA estão reavaliando suas relações comerciais e de segurança com a China.



