Etanol de milho: a nova revolução do agronegócio brasileiro

Inpasa/Divulgação

Entenda como essa commodity se transformou em um setor bilionário.

O etanol de milho emergiu como um motor econômico no Brasil, movimentando bilhões e transformando o setor agrícola.

O etanol de milho emergiu como uma força transformadora no agronegócio brasileiro, movimentando bilhões e redefinindo a matriz energética do país. Com um setor que já movimenta cerca de R$ 31 bilhões anuais, o etanol de milho promete um futuro ainda mais promissor, com a previsão de se tornar um combustível importante para o mercado marítimo.

A ascensão do etanol de milho

Historicamente, o milho foi considerado uma cultura complementar, cultivada na janela da safrinha da soja. No entanto, a partir de 2017, sua produção como etanol começou a despontar, especialmente à medida que a demanda por combustíveis sustentáveis aumentava. O etanol de milho passou de apenas 2% da matriz energética em 2019 para impressionantes 23,6% no ano de 2024, com uma produção atual estimada em 10 bilhões de litros.

O impacto das biorrefinarias

O Brasil atualmente abriga 25 biorrefinarias de etanol de milho, com 16 novas unidades já autorizadas e outras 16 em planejamento. Cada uma dessas plantas requer um investimento médio de até R$ 2 bilhões. Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o setor deve receber cerca de R$ 40 bilhões em investimentos na próxima década, indicando um crescimento robusto e sustentável.

A importância dos subprodutos

Além do etanol, os subprodutos da destilação, como o DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) e o óleo de milho, estão se tornando cada vez mais relevantes. O DDGS é rico em proteínas e é amplamente utilizado na nutrição animal, enquanto o óleo de milho está se tornando uma base importante para combustíveis renováveis, como o SAF (Combustível Sustentável de Aviação).

As Big Corns e o futuro do setor

Empresas como a Inpasa, que começou suas operações no Paraguai e chegou ao Brasil em 2019, estão liderando essa transformação. Com uma produção de 3,7 bilhões de litros por ano, a Inpasa se destaca como a maior produtora de etanol da América do Sul. Outras empresas, como a FS (Fueling Sustainability) e a Usimat, também estão contribuindo significativamente para esse novo ciclo econômico.

A nova fronteira: combustível marítimo

O próximo grande passo para o etanol de milho pode ser sua utilização como combustível marítimo, especialmente na forma de biobunker. O mercado naval, com uma demanda potencial estimada em 400 bilhões de litros de etanol por ano, representa uma oportunidade imensa, muito acima da produção mundial atual. A Inpasa já está se preparando para atender a essa demanda com novos investimentos em infraestrutura.

A crescente produtividade e os investimentos bilionários no setor de etanol de milho indicam que o Brasil está não apenas se firmando como um líder na produção de biocombustíveis, mas também se posicionando estrategicamente em um mundo que busca alternativas aos combustíveis fósseis. O futuro do etanol de milho parece promissor, e o Brasil está pronto para colher os frutos dessa revolução.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *