Capacidade de gado no caminhão boiadeiro: tudo que você precisa saber

Thiago Pereira

Entenda como calcular o número de bovinos por modelo de caminhão.

Saiba quantas cabeças de gado cabem nos caminhões boiadeiros, considerando diferentes modelos e normas de bem-estar animal.

Capacidade de gado no caminhão boiadeiro

O transporte de bovinos no Brasil é uma atividade que exige cuidado e planejamento. A capacidade de gado que cada modelo de caminhão boiadeiro pode transportar não só impacta nos custos logísticos, mas também na saúde e bem-estar dos animais. Neste contexto, entender quantas cabeças de gado cabem em cada tipo de caminhão é fundamental para a eficiência da operação pecuária.

Tipos de caminhões e suas capacidades

No Brasil, a diversidade de caminhões boiadeiros é grande, variando de modelos menores, usados em curtas distâncias, a bitrens e rodotrens, que são utilizados para longas viagens. A capacidade de carga varia conforme o modelo e as normas legais. Abaixo, apresentamos uma tabela com a capacidade média de transporte para diferentes tipos de caminhões:

| Tipo de Caminhão | Capacidade Média (boi gordo) | Capacidade Máxima |
|—————————–|——————————-|———————|
| Caminhão 3/4 (pequeno porte)| 8 a 10 bois | Até 20 bezerros |
| Caminhão Toco (2 eixos) | ~10 bois | Até 25 bezerros |
| Caminhão Truck (3 eixos) | 16 a 18 bois | Até 40 bezerros |
| Romeu e Julieta | ~20 bois | Até 50 bois |
| Carreta – 1 piso | 30 bois | Até 55 bezerros |
| Carreta – 2 pisos | 35 a 40 bois | Até 100 bezerros |
| Bitrem | 70 a 80 bois | Até 120 bezerros |
| Rodotrem (9 eixos) | 80 a 90 bois | Até 150 bezerros |

É importante ressaltar que a capacidade não depende apenas do tamanho do caminhão, mas também do peso dos animais e das exigências de bem-estar animal. Por exemplo, um boi gordo pesa entre 450 e 550 kg, enquanto um bezerro desmamado pesa de 160 a 250 kg, o que influencia diretamente a quantidade de animais que podem ser transportados.

Importância do transporte adequado

Lotar um caminhão além do recomendado pode gerar prejuízos significativos. O excesso de animais pode causar estresse, quedas e contusões, prejudicando a qualidade da carne. Além disso, os produtores e transportadores podem enfrentar penalidades legais. Por outro lado, a subutilização do caminhão encarece a logística e reduz a eficiência do transporte.

A legislação brasileira exige cuidados específicos, como:

  • Informação correta do número de animais na GTA (Guia de Trânsito Animal)
  • Pisos antiderrapantes e divisórias internas
  • Distribuição equilibrada do peso entre os eixos
  • Paradas para descanso, água e alimentação em viagens longas

Revisão das normas de transporte

Atualmente, o transporte de animais vivos no Brasil passa por uma revisão das normas, buscando conciliar eficiência logística e bem-estar animal. A discussão abrange limites de tempo de transporte, densidade de lotação e exigências mais rigorosas para os caminhões boiadeiros.

As mudanças em debate incluem:

  • Limitação do tempo contínuo de transporte sem paradas.
  • Revisão da quantidade de animais por veículo considerando peso e temperatura.
  • Exigências mais rígidas para pisos e ventilação nos caminhões.

Essas atualizações podem impactar os custos de frete, mas visam garantir a saúde e segurança dos animais, resultando em menos contusões e melhor rendimento no frigorífico.

Conclusão

Em um cenário de margens apertadas na pecuária, otimizar o transporte de gado é um fator de competitividade essencial. Avaliar o peso médio dos lotes, a distância da viagem e a estrutura do caminhão são elementos chave para garantir uma operação eficiente e segura. Mais do que simplesmente caber, o gado precisa ser transportado de forma adequada para preservar seu valor e a sustentabilidade da cadeia pecuária brasileira.

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