A Corregedoria da Câmara dos Deputados recomendou punições que variam de suspensão de mandato a censura escrita para um grupo de parlamentares da oposição. A medida surge após a ocupação do plenário em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e a demanda por anistia. A decisão reacende o debate sobre os limites da atuação parlamentar e a liberdade de expressão no Congresso Nacional.
As medidas recomendadas pela Corregedoria atingem em cheio a oposição. Três deputados podem ter seus mandatos suspensos, enquanto outros 11 enfrentam a possibilidade de censura escrita. No entanto, os deputados consultados pela Revista Oeste afirmam não terem sido formalmente notificados sobre as medidas.
Entre os alvos de suspensão estão Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC). Já a lista de deputados que podem receber censura escrita inclui nomes como Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF) e Carlos Jordy (PL-RJ), entre outros. Todos teriam participado da ocupação do plenário.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, questionou as acusações contra Marcel Van Hattem e Zé Trovão. “Van Hattem não estava na cadeira do presidente, mas na do secretário”, explicou Cavalcante. “O Zé Trovão, inclusive, serei testemunha dele enquanto houver a instrução do processo, que eu tinha combinado com o presidente que a gente ia avisar todo mundo do acordo. Ele estava ali porque eu pedi pra ele ficar na escada com a perna daquele jeito. E eu não tinha dado tempo de avisá-lo. Então, se alguém tem de ser punido, sou eu.”
A deputada Bia Kicis também se manifestou, denunciando o que considera um tratamento desigual. “Enquanto a esquerda tudo pode, a direita segue sendo sufocada em todas as suas manifestações”, declarou Kicis à Revista Oeste. A parlamentar questiona a ausência de punições para outros parlamentares, como Glauber Braga e André Janones, que, segundo ela, teriam posturas incompatíveis com o decoro parlamentar.
Agora, o processo segue para a Mesa Diretora da Câmara, que analisará o parecer da Corregedoria. Os parlamentares terão a oportunidade de apresentar suas defesas. Caso a denúncia seja aceita, o caso será encaminhado ao Conselho de Ética, onde os deputados poderão se defender novamente. O desfecho desse processo promete acirrar ainda mais os ânimos no Congresso Nacional.
Fonte: http://revistaoeste.com