Em um possível aceno para a retomada das negociações, o líder norte-coreano Kim Jong-un expressou, neste domingo, disposição para dialogar com os Estados Unidos. A condição imposta por Pyongyang, no entanto, é que Washington abandone a exigência de desnuclearização prévia, conforme comunicado divulgado pela agência estatal KCNA. A declaração surge em um momento de tensões elevadas na península coreana e marca um possível ponto de inflexão nas relações bilaterais.
Kim Jong-un reiterou a posição de que o status nuclear da Coreia do Norte é “irreversível”, enfatizando que o país não abrirá mão de seu arsenal atômico. “Se os Estados Unidos abandonarem a absurda obsessão de nos desnuclearizar e aceitarem a realidade, e quiserem uma coexistência pacífica genuína, não há razão para não nos sentarmos com os Estados Unidos”, declarou Kim. A Coreia do Norte considera seu programa nuclear como essencial para sua segurança e soberania.
O líder norte-coreano aproveitou seu discurso para criticar as sanções impostas por Washington e seus aliados, descrevendo-as como uma “experiência de aprendizado”. Segundo Kim, as restrições fortaleceram a resiliência econômica e militar do país, incentivando-o a continuar investindo no desenvolvimento de mísseis e ogivas nucleares. Pyongyang parece determinada a seguir seu próprio caminho, apesar das pressões internacionais.
Em contrapartida, Kim elevou o tom contra a Coreia do Sul, classificando o governo de Seul como o “inimigo principal” de Pyongyang e descartando a possibilidade de diálogo bilateral. Ele acusou os sul-coreanos de cooperarem com os Estados Unidos em estratégias de pressão e de utilizarem propostas diplomáticas como disfarce para enfraquecer o regime norte-coreano. As relações entre as duas Coreias permanecem tensas e sem perspectivas de melhora.
Kim Jong-un também mencionou seus encontros anteriores com o ex-presidente Donald Trump, entre 2018 e 2019, expressando ter “boas memórias” do líder americano. Apesar dos encontros, nenhuma resolução concreta foi alcançada em relação ao programa nuclear norte-coreano. A Coreia do Norte, mesmo com a abertura ao diálogo, reafirma que continuará a expandir seu arsenal nuclear, mantendo a comunidade internacional em alerta.