Um número crescente de brasileiros tem escolhido o Paraguai como novo lar, atraídos pelas vantagens fiscais oferecidas pelo país vizinho. Dados da Direção Nacional de Migrações revelam que, somente em 2024, mais de 17 mil brasileiros obtiveram residência formal no Paraguai, representando 60,21% do total de imigrantes registrados no período. Este movimento coincide com o governo do presidente conservador Santiago Peña, do Partido Colorado.
O Paraguai registrou um aumento de 10% nas solicitações de residência temporária e permanente em 2024, totalizando 29.124 pedidos. Brasileiros lideram o ranking de imigrantes, seguidos por argentinos (4.121), alemães (1.071) e bolivianos (794), demonstrando o crescente interesse de diversas nacionalidades em se estabelecer no país.
A principal motivação para a mudança em massa é o sistema tributário paraguaio, que oferece alíquotas significativamente menores em comparação com o Brasil. O imposto de renda pessoal é de 10% para rendimentos anuais acima de US$ 39 mil, enquanto empresas pagam 10% de imposto corporativo e podem compensar prejuízos por até cinco anos. Dividendos internos são tributados a 5% e juros locais são isentos.
Enquanto isso, no Brasil, a arrecadação de impostos atingiu um recorde de R$ 2,7 trilhões em 2024, um aumento de quase 10% em relação ao ano anterior, de acordo com a Receita Federal. Esse cenário tem impulsionado a chamada “expatriação fiscal”, com empresários, investidores e profissionais liberais buscando alternativas tributárias mais vantajosas em outros países.
Para facilitar o processo de regularização dos imigrantes, o governo paraguaio realizou diversas ações ao longo do ano. “Foram emitidos 36.148 documentos migratórios, entre carnês de residência, prorrogações de permanência e certificados de radicação”, informou a Direção Nacional de Migrações, demonstrando o esforço do país em acolher os novos residentes.
