Um levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), divulgado nesta sexta-feira (10), revela que a gasolina comercializada no Brasil está, em média, 8% mais cara em comparação com o Preço de Paridade de Importação (PPI). Essa diferença, embora ainda considerável, apresentou uma leve retração em relação à semana anterior, quando atingiu 10%.
A diminuição da diferença entre o preço interno e o PPI é atribuída à queda nas cotações internacionais e à estabilidade do câmbio, que fechou cotado a R$ 5,35 por dólar. De acordo com a Abicom, o preço interno da gasolina está R$ 0,23 por litro acima da paridade, com variações entre R$ 0,17 e R$ 0,31, dependendo do polo de entrega.
Curiosamente, apesar dessa defasagem, tanto a Petrobras quanto a Acelen, principal refinadora privada do país, mantêm os preços congelados desde junho, quando a estatal realizou uma redução de 5,6%. A Abicom destaca que as “janelas de importação” permanecem abertas há 39 dias, indicando que o mercado ainda apresenta condições favoráveis para a importação do produto em relação aos preços domésticos.
Enquanto a gasolina apresenta um preço superior ao internacional, o diesel segue uma trajetória diferente, estando 4% abaixo do PPI, com uma defasagem média de R$ 0,14 por litro. O último reajuste da Petrobras para o diesel ocorreu em maio. A associação aponta que esse cenário é resultado do câmbio elevado e da desvalorização do petróleo no mercado externo, com o barril do Brent sendo negociado acima de US$ 66.
A política de preços da Petrobras, sob a gestão de Magda Chambriard desde maio de 2024, prioriza custos internos e logística, buscando reduzir a volatilidade nos preços. Essa abordagem, alinhada com o governo Lula, abandonou o alinhamento automático aos preços internacionais, gerando críticas de setores e importadores, que alegam desestímulo à concorrência e insegurança para investimentos privados no mercado nacional de combustíveis.