O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), criticou a postura do governo federal em relação ao combate ao tráfico de drogas no estado. Segundo Castro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou três pedidos de apoio das Forças Armadas, o que o levou a conduzir uma megaoperação, deflagrada nesta terça-feira (28), exclusivamente com as forças de segurança estaduais.
De acordo com o governador, os pedidos negados envolviam a cessão de equipamentos militares para auxiliar nas operações em comunidades dominadas pelo tráfico. “Não foram pedidas desta vez [as Forças Armadas] porque já tivemos três negativas, então já entendemos a política de não ceder”, declarou Castro em coletiva de imprensa. O governador expressou seu descontentamento, afirmando que o Rio de Janeiro “está sozinho nessa guerra”.
A megaoperação em curso tem como alvo cerca de 100 lideranças do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Até o momento, a ação resultou na prisão de 81 pessoas, demonstrando o esforço das forças de segurança estaduais no enfrentamento ao crime organizado.
Castro ressaltou que, apesar da falta de apoio federal, o estado continuará atuando no combate ao tráfico, mesmo que isso signifique exceder suas competências. “O estado, ao invés de ficar transformando em uma batalha política, tá fazendo a sua parte e tá excedendo inclusive os seus limites e até excedendo as nossas competências. Mas, continuaremos excedendo elas”, afirmou o governador.
O governo do Rio de Janeiro já encaminhou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um plano de retomada do poder do Estado em áreas dominadas pelas facções criminosas. A estratégia será implementada em fases e aguarda validação do Supremo Tribunal Federal (STF) para financiamento também por parte do governo federal. Castro apelou por celeridade na análise do plano, afirmando que as forças de segurança estaduais estão prontas para iniciar a execução das medidas assim que a decisão for autorizada pelo STF.
O governador também criticou a politização da segurança pública, mencionando a “ADPF das Favelas”, impetrada em 2019 pelo PSB e movimentos sociais. A ação questionava a atuação da polícia em comunidades e pedia a adoção de medidas para reduzir a violência e a letalidade policial. Em abril deste ano, o STF homologou parcialmente um plano do governo fluminense para combater a letalidade policial, estabelecendo critérios para operações, o uso de câmeras e a comunicação imediata ao Ministério Público em caso de mortes decorrentes de intervenção policial.
Castro expressou a esperança de que a decisão do STF sobre o plano de retomada das áreas dominadas pelo crime organizado impulsione a integração das políticas de segurança pública estaduais e federais. Por fim, o governador garantiu que todos os batalhões da cidade estão em alerta para responder a possíveis represálias dos traficantes, como o fechamento de vias.
Fonte: http://vistapatria.com.br