O Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma das principais causas de morte no mundo, foi o foco de um debate realizado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta terça-feira (28). A mesa-redonda, intitulada “Dia de Combate ao AVC: Prevenção, Tratamento e Reabilitação”, reuniu especialistas e gestores de saúde para traçar um panorama da situação no estado e discutir estratégias para reduzir a mortalidade e as sequelas da doença.
Proposto pelo deputado Ney Leprevost (União), o evento ressaltou a importância da prevenção, da informação e da agilidade no atendimento como pilares fundamentais para o combate ao AVC. A deputada-secretária Márcia Huçulak (PSD), que conduziu o debate, enfatizou a gravidade dos AVCs e a necessidade de hábitos saudáveis para a prevenção, como o controle da hipertensão.
“As doenças do aparelho cardiovascular, que envolvem o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral […], têm como causas básicas a hipertensão e o diabetes”, afirmou a deputada Huçulak. “Trazer esse assunto para a Casa de Leis ajuda na prevenção e na redução de casos, porque um quarto das mortes pode ser evitado com mudanças no estilo de vida.”
A rápida identificação e o encaminhamento imediato para o atendimento clínico são cruciais para evitar sequelas graves, já que as primeiras quatro horas após o AVC são consideradas a “janela” ideal para o tratamento. A Dra. Viviane Flumignan Zétola, do Hospital de Clínicas da UFPR, ressalta a importância da conscientização sobre os sintomas e a necessidade de ação rápida.
“O AVC é a segunda causa de morte no mundo e, pior do que morrer, é ficar incapacitado — ele é a principal causa de incapacidade”, explicou a Dra. Zétola. “Como o atendimento do AVC depende de uma janela terapêutica, de um tempo, é muito importante chegar à comunidade e dizer quais são os sinais e sintomas e o que fazer.”
Nesse sentido, o deputado Ney Leprevost propôs dois projetos de lei (968/2025 e 967/2025) visando ampliar a informação sobre o AVC em locais públicos e estabelecer diretrizes para o atendimento no Sistema Estadual de Saúde. As propostas incluem a afixação de placas informativas com os sinais da doença e o uso da telemedicina para agilizar o diagnóstico e o tratamento.
A Secretaria de Estado da Saúde também está investindo na ampliação da rede de atendimento ao AVC, com o objetivo de aumentar o número de centros de referência e criar novas unidades de trombólise, tratamento que dissolve os coágulos causadores do AVC isquêmico. O Dr. César Neves, diretor-geral da SESA, destaca a importância da agilidade no tratamento.
“Na linha do AVC, estamos discutindo hoje a implantação de um trombolítico, que é uma medicação administrada quando o paciente tem diagnóstico clínico confirmado de AVC […] Essa droga faz uma diferença enorme entre um futuro paciente sequelado e um possível óbito”, concluiu o Dr. Neves, evidenciando o compromisso do estado em reduzir o impacto do AVC na população paranaense.