A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) se prepara para sediar, na próxima terça-feira (25), uma audiência pública crucial para discutir e aprimorar as estratégias de enfrentamento à violência contra a mulher. O evento, agendado para as 9h30 no Auditório Legislativo, marca o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher e é uma iniciativa da deputada cantora Mara Lima (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.
A audiência reunirá autoridades, especialistas e representantes de diversas instituições que atuam na linha de frente do combate à violência de gênero. Entre os palestrantes confirmados, destacam-se nomes como o coronel Dalton Gean Perovano, da Secretaria de Segurança Pública, e Mariana de Sousa Machado Neris, diretora de Políticas Públicas para Mulheres (SEMIP). A presença da dra. Ticiane Pereira, do Tribunal do Júri de Curitiba, e da desembargadora Cristiane Tereza Willy, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID), também enriquecerá o debate.
A deputada Mara Lima enfatiza a urgência da discussão, declarando que a violência contra a mulher é “uma ferida que não pode mais ser escondida”. Ela ressalta que o objetivo da audiência é transformar essa realidade por meio de “políticas efetivas, acolhimento e coragem”. A parlamentar defende um esforço conjunto para proteger as mulheres e garantir seus direitos.
Dados alarmantes revelam a gravidade da situação no Brasil. Em 2024, o país registrou 1.492 feminicídios, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia, conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, foram contabilizados 87.545 casos de estupro, o maior número já registrado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A linha Ligue 180 recebeu, entre janeiro e julho de 2025, uma média de 17 denúncias de violência contra a mulher por hora.
“Esses números não são estatísticas: são vidas interrompidas, sonhos destruídos e famílias marcadas para sempre”, alerta a deputada Mara Lima. Ela reforça que a audiência pública servirá como um espaço para fortalecer as redes de apoio e construir soluções eficazes. A parlamentar conclui: “Nenhuma mulher deve caminhar sozinha. E, enquanto houver uma mulher com medo, nós não descansaremos.” A audiência é aberta ao público e será transmitida ao vivo pelos canais oficiais da Assembleia Legislativa.
