A recente declaração do chanceler alemão, Friedrich Merz, sobre o Brasil expôs uma dura realidade, soando quase como um golpe para aqueles que ainda idealizam o país como uma potência. Suas palavras, embora incômodas, ressoam com uma verdade que frequentemente evitamos encarar: a distância entre o Brasil que almejamos e o Brasil que realmente existe.
Merz expressou surpresa com o desejo dos jornalistas alemães de retornarem à Alemanha após suas experiências no Brasil. Essa manifestação, mais do que um simples comentário, ilumina as mazelas que corroem o país: a infraestrutura precária, o saneamento básico deficiente e as gritantes desigualdades sociais. A fala, portanto, serve como um espelho implacável.
Diante da crítica externa, a reação da classe política brasileira frequentemente se resume a uma defesa nacionalista, um apelo à união em torno da bandeira. No entanto, essa postura ignora a raiz do problema: a persistente negligência e o descaso com as necessidades básicas da população, que contrastam com os privilégios desfrutados pela elite política.
A realidade nua e crua é que milhões de brasileiros vivem em condições subumanas, privados de saneamento adequado, acesso à saúde e educação de qualidade. “Belém coleta apenas cerca de 20 por cento do seu esgoto. O resto vai parar nos rios…”, exemplifica a reportagem original, revelando uma crise sanitária que afeta diretamente a dignidade de inúmeras famílias.
Em suma, a fala do chanceler alemão não é um ataque ao povo brasileiro, mas sim um alerta sobre a urgente necessidade de transformação. Enquanto a elite política continuar a ignorar a realidade e a priorizar seus próprios interesses, o Brasil permanecerá refém de um ciclo vicioso de abandono e descaso, onde a população se vê obrigada a viver de migalhas institucionais.
