Crise na Saúde de Guarapuava coloca prefeito na linha de fogo

A saída de Márcio Brunsfeld de Oliveira da Secretaria de Saúde de Guarapuava colocou a gestão municipal sob intensa pressão política. Na carta de demissão entregue nesta semana, o ex-secretário afirma ter identificado práticas que, segundo ele, comprometem o funcionamento do sistema público local. O documento menciona interferências externas, favorecimentos e decisões tomadas fora dos parâmetros institucionais, acentuando o desgaste entre o Executivo e setores da própria administração.

Entre os episódios relatados, Brunsfeld cita um mecanismo de atendimento prioritário operado por servidoras com acesso direto ao gabinete do prefeito. A determinação de exoneração de uma delas teria sido revertida pelo chefe do Executivo, que ainda recolocou a funcionária em função distinta. O ex-secretário sustenta que a medida expôs disputas internas que impactavam diretamente a organização da pasta, responsável por um dos maiores orçamentos da prefeitura.

A carta também aponta pressões para liberar a compra de televisores e totens no valor de mais de R$ 700 mil, sem comprovação técnica que justificasse o investimento. Brunsfeld afirma ter recusado a assinatura do empenho, situação que teria ampliado divergências com outros integrantes da administração. O episódio ocorre em meio ao aumento das despesas da Saúde nos últimos meses, período em que a prefeitura enfrentou cobranças sobre atrasos no abastecimento de insumos básicos em unidades municipais.

De acordo com o ex-secretário, decisões estratégicas passaram a ser influenciadas por interesses partidários, interferindo no andamento de projetos e na execução de programas financiados por verbas federais. Em paralelo, profissionais vinculados à pasta relatavam, de forma reservada, dificuldades na tramitação de processos internos e mudanças frequentes em diretrizes operacionais, o que impactava serviços do SUS nas regiões norte e oeste da cidade.

As declarações repercutiram imediatamente na Câmara Municipal de Guarapuava, que começou a discutir a possibilidade de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias.

Vereadores buscam acesso a documentos citados por Brunsfeld, inclusive relatórios que tratavam da distribuição de recursos e contratos em andamento.

O Ministério Público do Paraná também recebeu representações formais apresentadas por servidores que acompanharam as discussões internas antes da saída do gestor.

O prefeito permanece sem manifestação pública sobre os pontos levantados, enquanto a Secretaria de Administração avalia a nomeação de um substituto interino para conduzir a pasta até definição permanente.

A crise ocorre em ano pré-eleitoral no município, contexto que amplia a repercussão do caso e coloca a estrutura de governo sob escrutínio de órgãos de controle e entidades representativas do setor de saúde.

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Fonte:Blog do Tupan

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