Câmara Setorial de Grãos analisa clima e safra de milho em 2026

Discussões envolvem especialistas sobre as perspectivas e desafios da produção no Sul do Brasil

Câmara Setorial de Grãos discute os impactos do clima na safra de milho e as previsões para 2026.

Impactos do clima na safra de milho em 2026

No dia 10 de dezembro de 2025, a Câmara Setorial de Grãos reuniu especialistas do Brasil, da Esalq/Cepea e dos Estados Unidos para discutir os impactos do clima na safra de milho e as perspectivas para 2026. O evento, realizado em formato online, foi promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, através da SAPE/CEDERURAL SC. O tema central foi “Milho – Safra, Mercado no Sul do Brasil e Perspectivas para 2026”.

O encontro teve como foco a análise da situação atual da safra e as projeções para o ano seguinte, considerando os fatores que influenciaram a produção e os impactos sobre as cadeias produtivas de suínos, aves e bovinocultura de leite, que dependem fortemente do milho. Os participantes incluíram especialistas como Alencar Rugeri (Emater-RS), Haroldo T. Elias (Epagri/Cepa-SC), Edmar Wandensk Gervásio, e o professor Lucílio (Esalq/Cepea).

Cenário atual das lavouras de milho

Durante a reunião, foi apresentado um panorama abrangente da conjuntura nacional e internacional do milho, com relatos atualizados sobre as condições das lavouras e as expectativas de produtividade. O plantio do milho no Sul do Brasil já está praticamente concluído, mas a safra avança sob alerta devido à redução das chuvas desde a segunda quinzena de novembro, o que comprometeu o desenvolvimento de cerca de 30% das lavouras.

As áreas que entraram nas fases críticas de floração e enchimento de grãos são as mais afetadas pela insuficiência hídrica, elevando o risco de perda de potencial produtivo. No entanto, áreas com plantio mais tardio e manejo conservacionista mostram melhor desempenho, destacando a importância do uso de técnicas que conservam a umidade do solo.

Desafios climáticos e estratégias de manejo

Em Santa Catarina, a cultura do milho está avançando para o estádio reprodutivo. Contudo, as altas temperaturas, que chegam a 34 °C e 35 °C, e a falta de chuvas exigem atenção especial dos produtores. Em algumas regiões, como Chapecó e Xanxerê, as lavouras estão em polinização e formação de grãos, sendo que episódios de granizo também foram registrados, mas sem causar danos significativos.

A combinação de calor intenso e baixa umidade resultou em sintomas de desidratação nas plantas, como o enrolamento das folhas, que pode prejudicar o rendimento. Apesar das adversidades, a presença de pragas como pulgões e cigarrinhas está dentro da normalidade, sem impactos econômicos relevantes até o momento.

Perspectivas para a produção de milho

Santa Catarina necessita de cerca de 8 milhões de toneladas de milho para atender à demanda das fábricas de ração que sustentam a produção animal no estado. Segundo Haroldo Tavares Elias, analista da Epagri/Cepa, os produtores permanecem otimistas, embora as expectativas para a safra atual sejam mais moderadas em comparação ao ano anterior. A regularização das chuvas nas próximas semanas será crucial para assegurar o potencial produtivo, especialmente agora que as lavouras estão se aproximando de fases críticas de exigência hídrica.

A Câmara Setorial de Grãos reafirma seu papel estratégico ao consolidar informações sobre a safra de milho, fundamentais para a tomada de decisões e aprimoramento de políticas públicas voltadas ao setor produtivo. O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, enfatizou a importância do monitoramento da situação da safra e a atuação integrada para preservar o potencial produtivo e fortalecer o agronegócio catarinense.

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